Gerações Maldaner
e as famílias Guitel, Rambo e Petry


      Por que as Gerações Maldaner estão num estudo genealógico da Família Guitel?

Na realidade, em duas ocasiões houve o cruzamento de sangue entre essas famílias. Primeiro, no casamento, em 1945, de Aluisio Maldaner com Maria Margarida Schreiner, filha de Valendina Petry. Depois, em 1946, Maria Valeria Maldaner casa com Pedro Emilio Werlang, filho de Luiza Rambo.

      A fatalidade da morte de João Petry, em 1934, sogro de Frederico Guitel, propiciou a união em 1940 de Rosalina (Rambo) Petry e Miguel Maldaner, viúvo em 1939.

      As temporadas em Bela Vista, RS, em que os netos Vilmário e Valdir, recém órfãos da mãe Ida Guissela (Petry) Guitel, passaram a conviver com a vó Rosa, o vô Miguel e seus filhos aumentaram 1947, com a morte de Ida. Aquela convivência foi decisiva no desenvolvimento intelectual, do comportamento e dos valores espirituais dos netos de Rosalina.

      No cotidiano da família falava-se o alemão e mesmo que os netos não tenham aprendido a falar a língua alemã, passaram a entender os diálogos mais simples e a registrar aquela complicada fonética. Foi vó Rosalina que nos deu talvez o primeiro livro, um dicionário da língua alemã, relíquia conservada até hoje.

      À noite, após um dia estafante de trabalho nas lavouras e no trato da criação da propriedade, ficava-se em volta do fogão a lenha, cantando canções religiosas ou do folclore popular, num coral formado pelas vozes dos tios Ivo, Henrique, Catharina, Jacob, Edit e Valeria, enquanto roncava a máquina desnatadeira do leite de uma ordenha recém feita.

      Lá a música estava presente em nossa educação não só pelas noitadas de canto ao lado da desnatadeira, como pelos ensaios de violino tocado pelo vô Maldaner.

      As refeições na mesa de mais de 12 lugares e dois bancos que comportavam o casal, os nove filhos e mais os dois ou tres netos de Rosalina; refeições obrigatóriamente precedidas por uma oração, iniciada por vô Miguel, sentado à cabeceira da mesa.

     

A escola da Comunidade de Bela Vista
Miguel Maldaner era o professor dedicado, que víamos percorrer diariamente o caminho de terra batida de pouco mais de 100 metros de sua casa até a Escola da Comunidade de Bela Vista.

Era ele também que presidia as cerimônias da Capela São Luiz aos domingos, feriados e dias santos, com as orações e avisos recitados normalmente em língua alemã. Muitas frases esquisitas ficavam registradas em nossa memória, como esta repetida em côro pelos fiéis: "Pita ferrãos". Mais tarde aprendi que diziam "Bittet für uns", "rogai por nós!".

     

Capela São Luís de Bela Vista

A Capela São Luiz de Bela Vista era muito familiar para nós. Na hora da Ave Maria acompanhávamos um dos tios encarregado de tocar o sino do campanário da Igreja. E como era maravilhoso voar dependurado na corda do sino, que nos embalava com o seu peso. Muitas vezes, nessa hora, ouvíamos o toque do sino de Pachales, a alguns quilômetros no outro lado do rio Jacuí








      Mais algumas lembranças daquela época:





A velha casa da comunidade




  • a velha casa da comunidade católica, onde a família de Miguel Maldaner morou, possivelmente desde a década de 1930 até a de 1960; os aposentos da casa, cujos dois pavimentos nos pareciam um labirinto; a última imagem da velha casa em ruínas foi tirada em 1978. Acreditamos que, na qualidade de professor da comunidade, a família Maldaner fazia jús à moradia, prestando ainda serviços de manutenção na capela e encarregando-se de tocar o sino nos horários determinados.









    Jaco no Jacuí em passeio com crianças
  • as pescarias no rio Jacuí, em canoa conduzida pelos tios Benno ou Jacob;



  • as tardes de futebol com times formados pelos tios e gurizada;

  • as capinas nas roças de milho, acompanhando os tios, quando o que mais esperávamos era a hora do "früschtick", o lanche;

  • o trabalho depois da janta no paiol de milho, à luz de lampião, para descascar o milho usando um prego cravado numa telha de tábua;

  • nosso auxílio a Edit e Henrique na tarefa de descascar batatinhas para o almoço;

  • o forno a lenha lá nos fundos, ao lado da cosinha, exalando o cheiro caractrístico do pão de milho ou da rosca de polvilho;

  • a fileira de vacas de leite sendo ordenhadas na estrebaria, local que não nos atraia muito devido ao cheiro do esterco;

  • assim também o das pocilgas onde nos assustavam os grunhidos dos animais famintos na hora do trato...





     (*) Foto acervo Valdir Afonso Guitel.

    Fontes de pesquisa:


    Na construção das páginas de Maria Valeria Maldaner (✝30/11/2007) e Pedro Emilio Werlang (✝12/02/1997) foram utilizadas informações do Padre João Dyonisio Werlang (✝04/02/2002) e anotações do professor Ivo Willibaldo Maldaner (✝27/10/2005), em visita feita em 22/2/1998, em Pinhalzinho, SC.







    Página Criada em:
    Quinta-feira, 24 de janeiro, 2008.
    Atualizada em:

     Voltar